segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

 Fronteira Fluvial Caminha – A Guarda

Liga Caminha e A Guarda separadas por 1,5 km de largura do Rio Minho, ou por 27 km, de estrada pela ponte internacional de Vila Nova de Cerveira.
As ligações fluviais entre Caminha e A Guarda são asseguradas pelo ferry Santa Rita de Cássia, que transporta pessoas e automóveis. Muitas vezes fica impedido de cruzar o rio, por estar sujeito às marés, e pelo assoreamento constante que afeta o curso internacional do Rio Minho. Ambas as localidades estão dotadas de estações fluviais e cais de embarque.

Ferry Santa Rita de Cássia no cais de embarque de Caminha

Click no link e veja o vídeo pelas fronteiras de Monção a Caminha
 
Caminha
Vila e município do distrito de Viana do Castelo, com cerca de 16000 habitantes subdivididos em 14 freguesias. A vila está localizada na foz do rio Minho, que juntamente com Praia do Camarido rodeada pelo pinhal da Mata Nacional do Camarido são parte integrante da paisagem da vila.
A vila de Caminha desenvolveu-se com base na pesca e no comércio fluvial e marítimo a partir do século XII, ganhando importância como baluarte defensivo da fronteira noroeste de Portugal no combate à pirataria.
Com o progressivo aumento da segurança na costa, e com o desenvolvimento das atividades econômicas, a povoação desenvolveu-se em direção à foz do rio Minho, numa zona mais baixa, mais fértil e de acesso mais dinâmico ao mar.

Click no link e veja o vídeo de Caminha
https://youtu.be/PHM5PBlbadg

Centro histórico de Caminha 










                                                              Praça Forte de Caminha
Pela situação geográfica, Caminha foi um ponto avançado na estratégia militar portuguesa na luta contra castelhanos e leoneses. O perímetro e a configuração oval da antiga muralha obedecem às caraterísticas de construção das fortalezas romanas dos séculos. IV e V. Complementava a defesa o Forte de Insua e o Forte da Lagarteira.

Castelo
À época da Invasão romana da Península Ibérica, Caminha foi dotada de uma fortificação, estas defesas foram ampliadas e reforçadas desde a Reconquista cristã da península, a ampliação da cerca dotando a vila de de uma segunda cinta de muralhas, é atribuída a. D. João I.
Diante da Restauração da independência portuguesa, a Caminha readquiriu valor estratégico sendo construída uma extensa linha de baluartes e torreões. Os trechos de muralhas que chegaram até nossos dias, parte da Idade Média e parte setecentistas, foram classificados como Imóvel de Interesse Público em 1967.




                                Forte de Insua
O primitivo forte foi construído por volta do ano 1100 na ilha a montante da foz do Rio Minho. A atual estrutura foi construída entre 1649 e 1652, e remonta ao contexto Guerra da Restauração (1640-1668). Durante a Guerra Peninsular a ínsula foi ocupada por tropas espanholas e francesas. Mais tarde, com a extinção das ordens religiosas (1834) o forte foi abandonado pela comunidade religiosa, ficando guarnecido exclusivamente pelo Exército Português. Encontra-se classificado como Monumento Nacional. 



Forte da Lagarteira
Também designado por Forte de Âncora, o Forte da Lagarteira está localizado no Portinho de Vila Praia de Âncora, está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1967. Fortaleza militar do séc. XVII-XVIII, trata-se de uma fortaleza com planta em estrela, constituída por quatro baluartes laterais e bateria de três faces na fachada voltada ao rio.
Tinha por objetivo a defesa da costa perante a ameaça da armada espanhola, defendia aquele porto e povoação pesqueira, ajudando a defesa da Praça-forte de Caminha.



                                  Foz do rio Minho


Praia do Camarido 

Ponte Ferroviária de Caminha
Ponte do Século XIX, sobre rio Coura, conhecida como Ponte Fives-Lille, nome da empresa construtora. Faz parte de uma série de obras do período de ouro da construção da Linha do Minho. 

                   Miradouro do Cruzeiro da Independência
Está localizado na freguesia de Lanhelas, este monumento simboliza a valentia dos habitantes da freguesia contra a ofensiva espanhola a 23 de abril de 1644. Além do simbolismo inerente ao local, tem uma vista deslumbrante sobre o rio Minho e a vizinha Espanha.





A Guarda (La Guardia)
Município raiano da província de Pontevedra, com cerca de 10 000 habitantes, localizado na margem direita do rio Minho. É uma típica cidade piscatória famosa pela sua lagosta. Tem vistas para o Atlântico, Rio Minho e o Monte de Santa Tecla, uma elevação de 341 m acima do nível do mar
Devido à sua situação geográfica, foi sempre muito cobiçada, sendo conquistada por vândalos, normandos e sarracenos, piratas franceses e portugueses.
O Castelo de Santa Cruz, foi construído no contexto das Guerras da Restauração, um ano depois de esta fortaleza estar terminada, os portugueses ocuparam-na.
A fortaleza esteve em mãos dos Portugueses até 1668, quando, pelo Tratado de Lisboa, se deram por terminadas as guerras da restauração. Em 1809 a fortaleza foi ocupada por tropas francesas por um breve período, uma vez que os espanhóis com a ajuda de tropas portuguesas, a recuperaram passado cerca de um mês.

Fronteira fluvial de A Guarda
Fica situada num local chamado, A Pasaxe frente a Caminha, onde está localizada a Estação Marítima.


Cais Fluvial e Estação Marítima


Edifício do antigo Colégio Jesuíta de Camposancos
De escola a prisão e campo de concentração


Edifício situado no bairro de A Pasaxe nas margens do rio Minho, junto é estação marítima, e em frente a Portugal, as suas paredes guardam muito do sofrimento de milhares de pessoas durante os anos da guerra civil espanhola.
Construído em 1875, como escola pelos padres jesuítas só ficaria concluído em 1882. Em 1910 instalaram-se no edifício os jesuítas portugueses expulsos do seu país pela república, que se dedicariam à pesquisa e ensino até 1932. Com a eclosão da Guerra Civil em 1936 tornou-se a Cadeia Central da Província e um dos campos de concentração da Galiza, no que seria a fase mais amarga e desconhecida destas instalações que chegaram a albergar mais de 4.000 pessoas num espaço pensado para 900.
Funcionou como campo de concentração até 1939 e depois como prisão até 1941. O Tribunal Militar aí instalado chegou a proferir 225 penas de morte com acusações de toda a índole e sem qualquer preceito legal, e os republicanos aqui detidos foram acusados ​​de rebelião militar ou deserção em processos sumários sem fundamento legal.
 
Praia O Muiño na foz do Rio Minho



                         Fachada marítima de A Guarda