Ponte e Fronteira da Ajuda / Elvas – Olivença
Liga as cidades de Elvas a
Olivença, separadas por 23 km, fronteira não reconhecida por Portugal devido ao
contencioso sobre a posse de Olivença por Espanha.Duas pontes rivais no Guadiana lembram as guerras entre
vizinhos
D. Manuel I manda
construir, em 1510, a Ponte da Ajuda em Elvas por recear a “reintegração” de
Olivença no reino de Castela. No ano seguinte, iniciam-se obras numa estrutura
igual em Badajoz, a Ponte das Palmas, com o objetivo de travar o “expansionismo”
luso. As duas pontes sobre o rio Guadiana e distanciadas, entre si, por 24
quilómetros. São duas pontes rivais. A espanhola sobreviveu, a portuguesa é
hoje uma ruína.Ponte da Ajuda
Localiza-se no concelho de
Elvas, e sobre o rio Guadiana, estando atualmente em ruínas. Também referida
como Ponte de Nossa Senhora da Ajuda, e como Ponte de Olivença, foi mandada
construir em 1510 no chamado local de Nossa Senhora da Ajuda, por Manuel I, e
ligava as localidades de Elvas e de Olivença, tendo como função assegurar a
operação das forças militares portuguesas na margem esquerda do rio Guadiana,
em apoio ao Castelo de Olivença.Em 1597, alguns dos arcos centrais desabaram, em consequência de fortes cheias, mais tarde, em 1641, foi reparada. Em setembro de 1646, foi parcialmente destruída pelo exército castelhano durante a Guerra da Restauração, tendo sido reparada após o fim da guerra. Em 1709, no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola, o exército castelhano fez explodir a ponte, destruindo-a mais uma vez parcialmente. A partir dessa altura, a ligação entre Elvas e Olivença passou a ter que ser realizada através de terras espanholas. A ponte permanece em ruínas desde essa data até hoje, não tendo sofrido qualquer restauro.
Em 1967, a ponte foi declarada como monumento de interesse nacional, pelo estado português.
Ponte da Ajuda na margem esquerda do Guadiana no lado de Espanha
O contencioso entre os dois países sobre soberania
sobre OlivençaNo Tratado de Alcanizes,
em 1297, assinado entre os dois países, fixou os limites fronteiriços entre os
dois reinos, sendo que a soberania de Olivença e territórios adjacentes era de
Portugal, ficando demarcada a fronteira luso-espanhola entre a foz do rio Caia
e a Ribeira dos Cuncos, no Alto Alentejo. Tal nunca aconteceu, e em 1801,
através do Tratado de Badajoz, o território foi anexado por Espanha e
denunciado em 1808 por Portugal.
Em 1817, a Espanha
reconheceu a soberania portuguesa, através de um diploma que subscreveu no congresso
de Viena de 1815, onde se comprometia à devolução do território o mais
rapidamente possível. No entanto, tal nunca chegou a acontecer. Desde aí que há
um contencioso entre os dois países quanto à soberania sobre Olivença.
A administração e soberania
espanhola de Olivença e territórios adjacentes não são reconhecidas por
Portugal, estando aos limites fronteiriços por marcar por parte de Portugal
nesta área.
Nova ponte sobre o Guadiana
Na cimeira luso-espanhola
de 1994, o governo português recusou um empreendimento transfronteiriço de
construção de uma nova ponte sobre o rio Guadiana, perto da ponte da Ajuda,
chamando a si todos os encargos e responsabilidades de construção dessa futura
ponte, evitando assim quaisquer formas de reconhecimento tácito de um traçado
de fronteira sobre a linha do Guadiana e qualquer cedência do território de
OlivençaEm 2000, foi inaugurada a nova ponte, construída e financiada pelo governo português, localizada a jusante da ponte antiga.
Nenhuma indicação de fronteira no lado de Portugal
Olivença
Olivenza
em castelhano, alvo de disputa entre Portugal e Espanha sobre a sua soberania, e
administrada por Espanha, é uma cidade fronteiriça da província de Badajoz e
integrada região autónoma da Extremadura.Fruto de uma longa história de ocupação portuguesa e espanhola Olivença é um misto das duas culturas. Ao percorrermos as ruas encontramos vários edifícios com arquitetura manuelina e placas toponímicas com os nomes em português e castelhano.
Fortificações Portuguesas de Olivença
No contexto da Guerra da
Restauração da independência de Portugal, a posição de Olivença, readquiriu
importância estratégica. Desse modo, a partir do reinado de D. João IV
(1640-1656), uma nova etapa construtiva tem lugar, transformando-a numa
autêntica Praça-forte.Ainda em obras, foi conquistada em 1657, após quatro tentativas frustradas, por tropas espanholas sob o comando do duque de San Germán (duque de São Germano), vindo a ser devolvida a Portugal com a assinatura do Tratado de Lisboa de 1668. Com a paz, foram retomados os trabalhos de fortificação, assim como reconstruída a ponte da Ajuda, cujos arcos centrais viriam a ser explodidos em 1709, no decurso da Guerra de Sucessão Espanhola.
Durante a primeira metade do século XVIII, os trabalhos na Praça-forte ganham vulto, com a adição de estruturas significativas como as dos Quartéis da Cavalaria e da Infantaria, o Quartel Central, o hospital militar de São João de Deus, e demais obras exteriores da Praça-forte.
Em maio de 1801 no início da chamada Guerra Peninsular, Olivença foi entregue, sem resistência, pelo seu Governador, à vista das tropas espanholas que, naquele mês invadiram e ocuparam o Alentejo, no incidente conhecido como Guerra das Laranjas. Iniciava-se a chamada Questão de Olivença, pendência diplomática que se arrasta até aos nossos dias entre ambas as nações.
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